A Reforma Tributária está em andamento e promete transformar de forma radical o modelo de cobrança de tributos sobre o consumo no Brasil. Com a substituição de impostos, novo formato de cálculo e um cronograma de transição até 2033, essa mudança exige atenção e ação rápida por parte das empresas.
Se você ainda está perdido no meio de tantos nomes, alíquotas e fórmulas, fica tranquilo! A gente vai destrinchar tudo aqui de forma clara e prática.
Novos tributos: Adeus ao emaranhado de siglas
A partir da reforma, cinco tributos atuais serão substituídos por três novos:
IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) — substitui o ICMS (estadual) e o ISS (municipal);
CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) — substitui o PIS e a COFINS (federais);
IS (Imposto Seletivo) — incidirá sobre produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente (o famoso “imposto do pecado”).
Ou seja: menos siglas, mais organização.
Fim da cumulatividade: chega de “efeito cascata”
Essa talvez seja a mudança mais significativa para a maioria dos setores. A partir da implementação total da reforma, haverá crédito financeiro amplo: o valor pago na compra poderá ser abatido na venda.
Esse modelo “não cumulativo” põe fim à famosa “cascata” tributária — em que um imposto incide sobre outro. Resultado? Mais justiça tributária e menos distorções nos preços.
Cálculo “por fora”: mais transparência no preço
Hoje, muitos impostos são cobrados “por dentro”, ou seja, embutidos no valor final do produto ou serviço. Com a reforma, CBS e IBS serão calculados por fora, facilitando a visualização de quanto está sendo pago de imposto.
Exemplo prático:
Produto custa R$ 100, alíquota da CBS é 10%
➡ CBS = R$ 10
➡ Total da venda: R$ 110
Simples, direto e transparente.
Mesma base de cálculo para CBS e IBS
Ambos os tributos seguirão as mesmas regras de cálculo, isenção e incidência, como garantido na Constituição. Isso reduz confusão e torna a contabilidade mais simples e padronizada.
Vale lembrar: durante a transição (2026 a 2032), os tributos antigos não entram na base do IBS/CBS, exceto o IS, que compõe essa base.
Importações: novas regras na base de cálculo
Nas importações, a base incluirá não só o valor do produto, mas também outros encargos como:
Imposto de Importação (II)
Imposto Seletivo (IS)
Taxa Siscomex
AFRMM
CIDE-Combustíveis, entre outros
Exemplo de cálculo:
Valor da mercadoria: R$ 1.000
ICMS (modelo atual, por dentro): R$ 192,60
IS: R$ 70,00
Base para CBS/IBS: R$ 877,40
Total da nota fiscal: R$ 1.298,12
Mudanças na nota fiscal: prepare-se para novos campos
A NF-e e a NFC-e passarão por mudanças importantes. Serão criados novos campos para indicar os valores de CBS, IBS e IS. Além disso:
Novos códigos CST (Código de Situação Tributária)
Novas classificações tributárias (cClassTrib)
Regras específicas para quem está no Simples Nacional
Isso exige adequação urgente dos sistemas fiscais e ERPs.
Cronograma de transição: vai até 2033, mas a hora de agir é agora
A transição não vai acontecer do dia pra noite, mas ela já começou. Veja o cronograma simplificado:
2024–2025: ajustes legais e preparatórios
2026: uso facultativo de CBS (0,9%) e IBS (0,1%)
2027: obrigatoriedade de NF com novos campos
2029–2032: redução gradual dos tributos antigos
2033: extinção completa de ICMS, ISS, PIS, COFINS. CBS e IBS assumem 100%
Ou seja: em menos de um ano, a CBS e IBS estarão valendo para quem optar antecipadamente. E em menos de 10 anos, o modelo antigo já era.
Fiscalização e gestão dos tributos: novo time de responsáveis
CBS e IS: continuam sendo geridos pela Receita Federal
IBS: será administrado por um Comitê Gestor, composto por representantes da União, Estados e Municípios
Essa estrutura busca garantir uma distribuição justa da arrecadação e evitar disputas entre esferas governamentais.
O que muda para as empresas?
Se liga nos pontos de atenção mais urgentes:
✅ Adequação dos ERPs e sistemas fiscais
✅ Revisão de contratos com o setor público
✅ Atualização de regras por CST e Classificação Tributária
✅ Novo planejamento tributário
✅ Treinamento de equipes contábeis e fiscais
✅ Simulações para entender o impacto financeiro da transição
Não dá pra ficar parado esperando. Quem se adiantar vai ter vantagem competitiva.
Conclusão: o futuro da tributação chegou
A Reforma Tributária do Consumo é um divisor de águas. E por mais que a mudança seja complexa, ela também é uma grande oportunidade de simplificação, transparência e eficiência para as empresas.
A dica é clara: prepare-se já. Entenda as regras, atualize os sistemas, treine a equipe e conte com especialistas para passar por essa transição com segurança.
E aí, sua empresa já começou a se adaptar?
Se ainda não, agora é a hora. E se precisar de apoio para atualizar seu ERP, ajustar suas notas fiscais e planejar a nova tributação, a SIG2000 está pronta para te ajudar nessa jornada.